31 agosto 2015

Talibãs afegãos admitem que esconderam a morte do mulá Omar

France Presse
31/08/2015 07h17 - Atualizado em 31/08/2015 07h25

Talibãs afegãos admitem que esconderam a morte do mulá Omar

Em julho, grupo disse que ele morreu, mas não precisou a data.
Mulã Akhtar Mansour assumiu a liderança do movimento.

Da France Presse
Mulá Omar, líder do Talibã, em foto sem data do centro nacional de contraterrorismo dos EUA (Foto: REUTERS/National Counterterrorism Center/Handout via Reuters)Mulá Omar em foto sem data do centro nacional de
contraterrorismo dos EUA(Foto: REUTERS/ National
Counterterrorism Center/Handout via Reuters)
Os talibãs afegãos admitiram nesta segunda-feira (31) que esconderam por mais de dois anos a notícia da morte de seu líder, o mulá Omar, e confirmaram que ele faleceu em 2013, como anunciou o Serviço de Inteligência do Afeganistão.
Até julho, o grupo continuava divulgado comunicados em nome do mulá Omar, que não era visto em público desde 2001, quando os talibãs foram expulsos do poder no Afeganistão.
No dia 30 de julho, no entanto, os talibãs admitiram a morte de seu líder, mas sem revelar a data, em meio a tensões internas provocadas pela ocultação durante dois anos do falecimento de seu líder.
"Membros destacados do conselho diretor supremo do Estado Islâmico (em referência aos talibãs) e vários especialistas religiosos decidiram, juntos, ocultar a trágica notícia da morte", admitiram os talibãs, que informam a data da morte do mulá: 23 de abril de 2013.
O texto foi incluído em uma biografia publicada nesta segunda-feira do novo líder talibã, Akhtar Mansour, que foi o segundo de Omar.
Em dezembro de 2014, a Otan retirou a maior parte de suas tropas no Afeganistão. Atualmente há 13.000 soldados no país, dedicados principalmente ao treinamento das forças afegãs e às operações antiterroristas.
A confirmação da morte de Omar e a designação de Mansur como líder provocaram um conflito dentro do movimento talibã, que coincide com o auge no Afeganistão de um grupo islamita rival, o Estado Islâmico, ao qual se uniram muitos talibãs.
Alguns líderes talibãs, incluindo o filho e o irmão do mulá Omar, se negaram a jurar fidelidade a Akhtar Mansur porque consideram que sua eleição foi manipulada e muito rápida.

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