ÁFRICA
Obama promete manter pressão sobre islamitas somalis
Os rebeldes 'shebab', com ligações à rede terrorista Al-Qaida, não têm mais nada a oferecer que "morte e destruição", afirmou Obama. Ainda assim, não vai enviar tropas para a Somália.
O Presidente norte-americano, Barack Obama, garantiu em Adis Abeba, na Etiópia, que Washington vai manter “a pressão” sobre os rebeldes ‘shebab’ da Somália, que perpetraram no domingo um atentado em Mogadíscio que causou 13 mortos.
Os rebeldes ‘shebab’, com ligações à rede terrorista Al-Qaida, não têm mais nada a oferecer que “morte e destruição”, afirmou Obama, durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn.
Obama realçou, no entanto, que Washington não está a considerar o envio de tropas para países como a Somália, uma vez que os aliados regionais, como é o caso da Etiópia, do Quénia ou do Uganda, têm capacidade para liderar a luta antiterrorista naquela região com o apoio dos Estados Unidos.
“Existe uma complementaridade entre os nossos exércitos. Podemos ter recursos que eles não têm, mas não temos de enviar soldados, porque [os países da região] são grandes lutadores”, afirmou Obama, na capital etíope.
“Temos mais trabalho a fazer, temos agora de manter a pressão”, reforçou o líder norte-americano.
Após uma passagem pelo Quénia, o chefe de Estado norte-americano chegou no domingo à noite à Etiópia, país que combate os ‘shebab’ somalis no seio da força da União Africana na Somália (Amisom) e que é um importante parceiro dos Estados Unidos ao nível da segurança da região do Corno de África.
O atentado de Mogadíscio, perpetrado contra um hotel frequentado por diplomatas e onde funcionavam as missões diplomáticas de países como a China, Qatar e Emirados Árabes Unidos, foi reivindicado pelos islamitas somalis ‘shebab’. O último balanço do atentado, hoje divulgado, dava conta de pelo menos 13 mortos.
Na mesma conferência de imprensa em Adis Abeba, Obama afirmou que a Etiópia deve “fazer mais” em matéria de Direitos Humanos.
“Ainda há muito trabalho a fazer e acredito que o primeiro-ministro [Hailemariam Desalegn] é o primeiro a admitir que há muito para fazer”, reforçou o chefe de Estado norte-americano.
Em resposta, Hailemariam Desalegn afirmou que o compromisso da Etiópia para com a democracia “é real”.
“O nosso compromisso para com a democracia é real e não é uma fachada”, assegurou o primeiro-ministro da Etiópia, país regularmente acusado de violar os Direitos Humanos e de silenciar as vozes dissidentes.
Ainda na capital etíope, Barack Obama abordou a situação no Sudão do Sul, país devastado por uma guerra civil.
“Infelizmente, a situação continua a deteriorar-se. A situação humanitária agravou-se”, disse Obama, apelando para a concretização de um “acordo de paz” entre as diferentes fações do conflito para “as próximas semanas”.
O conflito armado, que dura há 19 meses, já fez dezenas de milhares de mortos e mais de 2,2 milhões de deslocados, segundo observadores internacionais.
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