31 agosto 2015

CPI do Futebol convoca jornalista escocês que detonou esquema Fifa


CPI do Futebol convoca jornalista escocês que detonou esquema Fifa
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Daniel Brito
Do UOL, em Brasília
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  • Divulgação/Panda Books
    Andrew Jennings, repórter da BBC e autor do livro Jogo Sujo, que aponta irregularidades na Fifa
    Andrew Jennings, repórter da BBC e autor do livro Jogo Sujo, que aponta irregularidades na Fifa
O jornalista escocês Andrew Jennings é esperado nesta semana em Brasília, para contribuir com a CPI do Futebol no Senado. O depoimento está marcado para a manhã da próxima quinta-feira, dia 3. Será o sétimo jornalista ouvido pela comissão, presidida por Romário (PSB-RJ).
Jennings é autor de vários livros sobre a corrupção na Fifa e em outras organizações esportivas, além de colaborador do FBI nas investigações que levaram à prisão de sete membros da Fifa no final de maio deste ano.
Em entrevista ao UOL Esporte em maio, quando das prisões feitas em Zurique, o escocês previu a queda do império da Fifa.
"Penso que a coisa importante que fica das prisões é o fim da Fifa como conhecemos. João Havelange levou o crime organizado à Fifa e ele perdurou desde 1974 até agora. É o fim de um império. Todos os impérios caem. Foi assim com o britânico, com o francês. Até os portugueses tiveram de sair do Brasil. O império da Fifa terminou", vaticinou.
Esta será a segunda vez que Andrew Jennings virá ao parlamento brasileiro. Em dezembro de 2012, ele compareceu a uma sessão da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados e repetiu as acusações feitas em um dos seus livros, "Jogo Sujo, os Bastidores da Fifa". "A Fifa é uma entidade estrangeira que está mandando no futebol dos brasileiros."
A referência foi à Fifa, organizadora da Copa do Mundo, que determina os critérios para o evento, além de ter sido beneficiada com isenções fiscais federais e estaduais que chegarão a R$ 500 milhões.
Os depoimentos dos jornalistas têm servido como fio condutor das investigações da CPI do Futebol. A partir das denúncias apresentadas pelos profissionais aos senadores, são feitos pedidos de quebra de sigilo ou apresentação de contratos e outros documentos relativos a movimentação financeira da CBF, seus dirigentes, patrocinadores e entidades afiliadas.

Neymar recusa oferta R$ 760 mi e fica no Barça; Douglas Costa dá lambreta

Neymar recusa oferta R$ 760 mi e fica no Barça; Douglas Costa dá lambreta 

Do UOL, em São Paulo
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  • AP
    Neymar disse não a uma proposta do Manchester United
    Neymar disse não a uma proposta do Manchester United
Ausente dos jogos do Barcelona há três semanas, Neymar retornou aos campos neste fim de semana. Recuperado de caxumba, o atacante teve atuação apagada na difícil vitória do Barça contra o Málaga, 1 a 0, no Nou Camp. Mas o craque foi assunto em virtude do interesse do Manchester United, que ofereceu mais de R$ 700 milhões para contratá-lo, o que representaria a maior transação da história do futebol.
Na Alemanha, o Bayern negociou Dante para o Wolfsburg horas depois de o time de Munique atuar sem zagueiros de ofício contra o Bayer Leverkusen. Dante ficou na reserva do Bayern. A vitória por 3 a 0 teve Douglas Costa novamente jogando muito bem. O meia-atacante deu uma lambreta no adversário.
Confira a participação de brasileiros pelas rodadas dos torneios internacionais:  

Melhores

Piores

AP Photo/Andrew Matthews
AP Photo/Andrew Matthews

Ramires

Assim como Oscar, o volante Ramires também foi cortado por Dunga dos amistosos da seleção contra Estados Unidos e Costa Rica. Ramires ficou fora do jogo do Chelsea, que perdeu para o Crystal Palace.

Trabalhadoras relatam casos de machismo e abuso durante atuação em ONGs humanitárias


Trabalhadoras relatam casos de machismo e abuso durante atuação em ONGs humanitárias


'Temos que provar diariamente que somos capazes de exercer a função', conta enfermeira do MSF; leia o que diz quem atuou em conflitos e regiões vulneráveis
Uma em cada três mulheres sofre algum tipo de violência de gênero durante sua vida, enquanto aproximadamente 120 milhões de mulheres são agredidas sexualmente ou violentadas antes de chegarem aos 20 anos, segundo dados das Nações Unidas. Mulheres que estão na linha de frente da defesa dos direitos humanos ao redor do mundo, em zonas de conflito ou regiões extremamente vulneráveis, não estão fora destas estatísticas.
Divulgação

Franciane Fardin, enfermeira que já atuou pelo MSF, dá palestra no norte da Amazônia sobre prevenção e cuidados para mulheres
Mônica Guarnieri, pediatra brasileira especializada em HIV, trabalhou durante seis anos no continente africano. A maior parte deste tempo ela atuou pela organização MSF (Médicos Sem Fronteiras) em países como Moçambique, Guiné, Somália e Nigéria. Ela relatou a Opera Mundi o dia em que uma colega foi estuprada a caminho do trabalho em Maputo, capital moçambicana.
“Trabalhávamos junto ao governo moçambicano contra o aumento de contaminações pelo HIV e fazíamos atendimento da população. Um dia eu estava no meu posto de trabalho e uma funcionária moçambicana da organização chegou e me contou que tinha sido estuprada na rua e que não poderia contar ao seu marido, pois caso ele soubesse que outro homem tinha lhe tocado ele iria descartá-la. Esta colega tomou os remédios e seguiu sua vida em silêncio na luta para ajudar outras pessoas”, conta a pediatra.

Já a enfermeira Franciane Fardin, 33 anos, relatou um episódio de machismo ocorrido quando ela trabalhava junto ao governo federal brasileiro no norte da Amazônia. “Mensalmente tínhamos uma reunião de liderança na comunidade para a definição de responsabilidades entre nós e os indígenas. Um dia, um dos índios pediu para eu me retirar, dizendo que precisava de um enfermeiro homem corajoso para executar a função”, conta Fardin. “A sensação que tenho é que nós que atuamos em campo temos que provar diariamente que somos capazes de exercer uma determinada função simplesmente pelo fato de sermos mulheres”.
Para a enfermeira, que já trabalhou em estados brasileiros como Roraima e Ceará e países como Moçambique, existem diferenças de tratamento para homens e mulheres que trabalham em prol dos direitos humanos em zonas vulneráveis. “Quando um homem chega a uma comunidade, ele é visto como uma liderança, enquanto nós somos vistas como auxiliares independentemente do cargo que exercemos. Por este motivo, o homem sempre manda e a mulher sempre pede um favor, até quando os dois executam a mesma função no local”, acredita.
Mas ser mulher, diz Fardin, é uma vantagem quando se trabalha com mulheres. “Recebemos um carinho muito grande. No meu caso, que trabalho muito com populações indígenas no norte da Amazônia, é muito mais fácil fazer os exames de prevenção, dar vacinas e recomendações para elas e seus bebês. Elas se sentem mais confortáveis”, diz a enfermeira.
Divulgação

Mônica Guarnieri faz atendimento médico em Moçambique
Margarida Guerra é portuguesa e hoje trabalha em Londres na organização britânica Options na área de direitos reprodutivos para Nigéria e Quênia. A situação nos países nos quais Guerra coordena programas para mulheres a preocupa. Segundo a Anistia Internacional, o grupo extremista Boko Haram raptou pelo menos 2.000 mulheres e meninas na Nigéria em 2015. “Ir para zonas de conflito faz parte do nosso trabalho e nem paramos para pensar em questões como rapto, violência corporal e outras. Se pararmos, é capaz de não irmos”, diz.
Guerra tinha acabado de se mudar para a Índia para atuar como consultora na área de violência para a International Planned Parenthood Federation, instituição voltada para os direitos reprodutivos das mulheres, quando uma jovem de 23 anos foi vítima de um brutal estupro coletivo em um ataque que causou sua morte em Nova Déli, em dezembro de 2012. “Na ocasião, eu assisti a população ir às ruas, várias organizações se instalaram no país para pedir providências junto ao governo. Os olhos se voltaram para a Índia e para o que vinha acontecendo com as mulheres no local, onde uma vaca é mais respeitada que uma mulher, algo extremante contraditório para mim. Hoje o país busca aos poucos mudar a posição dada às mulheres, porém não será fácil”.
A moçambicana Mwema Nicoleta Uaciquete, ativista feminista que atua em prol dos direitos de mulheres e meninas em seu país, diz que muitas vezes as próprias organizações que trabalham em regiões de conflito ou zonas vulneráveis adotam uma postura defensiva com relação às violências sofridas por trabalhadoras e membros da população. “Hoje as organizações menores nos dizem para termos atenção com o que faremos com o nome delas para que não sejam envolvidas em escândalos. Porém neste momento também precisamos lembrar que somos mulheres como as outras e precisamos atentar e alertá-los sobre isso”.
Para estas trabalhadoras a solução é simples: investimento em treinamentos para as mulheres e atenção maior por parte das organizações no quesito segurança.

Austrália convoca Europa a participar de ataques contra o Estado Islâmico

France Presse
31/08/2015 09h30 - Atualizado em 31/08/2015 09h30

Austrália convoca Europa a participar de ataques contra o Estado Islâmico

Chanceler responsabilizou EI por fuga de imigrantes para a Europa.
Apenas alguns países europeus realizam ataques aéreos contra jihadistas.

Da France Presse
A Austrália pediu nesta segunda-feira (31) a participação de mais países europeus nos ataques aéreos contra os jihadistas no Iraque, assim como na Síria, para enfrentar a crise de refugiados na Europa.
A ministra das Relações Exteriores australiana, Julie Bishop, disse que os jihadistas eram responsáveis pela fuga de centenas de milhares de migrantes à Europa e, neste sentido, considerou necessário reforçar a coalizão que luta contra eles.
"Mais de 40% das pessoas que atualmente buscam asilo na Europa são da Síria. Precisamos de uma frente unida para derrotar as organizações terroristas responsáveis pelo deslocamento de muitas pessoas", disse Bishop aos jornalistas em Sydney.
Para a chanceler australiana, além dos "quase 60 países que prestam apoio de uma forma ou de outra à coalizão liderada pelos Estados Unidos", "há muitos outros países que podem apoiar os ataques aéreos que estão se mostrando eficazes para deter" o grupo Estado Islâmico.
"Os europeus devem se envolver nos ataques aéreos da coalizão e nos esforços na Síria e no Iraque", disse Bishop em uma entrevista ao jornal The Australian.
Apenas alguns países europeus realizam ataques aéreos contra os jihadistas, entre eles França e Reino Unido, no seio de uma coalizão de potências ocidentais e árabes.
A Austrália participa com seis aviões de combate e duas aeronaves de apoio, cuja base se encontra nos Emirados Árabes Unidos.
Embora Canberra só tenha bombardeado posições do EI no Iraque, já que motivos legais a impedem no momento de agir na Síria, espera uma petição dos Estados Unidos neste mês para ampliar seus ataques ao território sírio.
Os ministros do Interior da União Europeia (UE) se reunirão em 14 de setembro em Bruxelas para buscar respostas à crise migratória, indicou no domingo o governo luxemburguês.
Durante os primeiros sete meses do ano, quase 340.000 migrantes alcançaram as fronteiras com a UE, contra 123.000 durante o mesmo período em 2014, segundo a agência europeia de vigilância de fronteiras Frontex.