Afeganistão afirma que mulá Omar, líder do Talibã, está morto há 2 anos
Governo do Afeganistão investigava se mulá Omar tinha morrido.
Rebeldes ainda não confirmaram oficialmente a morte de seu líder.
O líder supremo dos talibãs, mulá Mohammed Omar, morreu há dois anos, afirmou o porta-voz do serviço de inteligência do Afeganistão, Haseeb Sediqi. A declaração foi dada nesta quarta-feira (29) e confirmada em seguida pela presidência do país.
"Mulá Omar está morto. Ele morreu em um hospital de Karachi em abril de 2013 sob circunstâncias misteriosas", afirmou Sediqi, de acordo com a France Presse. "Ele foi enterrado na província de Zabul (sudeste do Afeganistão)", acrescentou o porta-voz do serviço de inteligência.
Os rebeldes ainda não confirmaram oficialmente a morte de seu líder, que é aliado de Osama Bin Laden. Ele não é visto publicamente desde 2001.
A morte de Omar pode redistribuir as cartas no campo talibã a poucos dias de um segundo contato entre rebeldes e o governo.
A morte de Omar pode redistribuir as cartas no campo talibã a poucos dias de um segundo contato entre rebeldes e o governo.
Até agora, os talibãs puseram como condição para uma possível negociação de paz a retirada do Afeganistão de todas as tropas estrangeiras, que os expulsaram do poder no final de 2001 e apoiam o governo pró-ocidental de Cabul.
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Ao mesmo tempo, os talibãs estão divididos entre a nova geração de comandantes que dirigem a guerra no país e os dirigentes anteriores refugiados no exterior desde 2001.
Rumores
A morte do chefe talibã foi alvo de crescentes rumores nos últimos dias. Mais cedo, o gabinete da presidência tinha declarado que investigava relatos sobre a morte do líder. O anúncio foi feito pelo porta-voz da presidência, Sayed Zafar Hashemi. "Estamos investigando essas informações e nos pronunciaremos quando for confirmada com exatidão", afirmou à imprensa em Cabul.
Rumores
A morte do chefe talibã foi alvo de crescentes rumores nos últimos dias. Mais cedo, o gabinete da presidência tinha declarado que investigava relatos sobre a morte do líder. O anúncio foi feito pelo porta-voz da presidência, Sayed Zafar Hashemi. "Estamos investigando essas informações e nos pronunciaremos quando for confirmada com exatidão", afirmou à imprensa em Cabul.
A imprensa afegã e paquistanesa publicou nesta semana reportagens afirmando que o líder, que não é visto em público desde 2001, tinha morreu há cerca de dois anos.
Alguns relatos indicam que o filho do mulá Omar estava em posição de dominar a insurgência islamita que está lutando contra o governo afegão apoiado pelos estrangeiros.
Anteriormente, um alto funcionário do governo afegão, que não quis ser identificado, afirmou que o mulá Omar morreu por doença há dois anos e foi enterrado no sul do país, sua região de origem. A morte foi confirmada ao governo afegão por fontes do Paquistão, segundo o funcionário. "De acordo com minhas informações, ele morreu", declarou à AFP uma fonte talibã, que também pediu anonimato. Ela acrescentou que a data exata e as causas da morte não são conhecidas.
Sumido
Os rumores sobre a morte do chefe supremo dos talibãs, no poder no Afeganistão entre 1996 e 2001, se intensificaram nos últimos meses devido à ausência de mensagens sonoras e visuais de sua parte.
Os rumores sobre a morte do chefe supremo dos talibãs, no poder no Afeganistão entre 1996 e 2001, se intensificaram nos últimos meses devido à ausência de mensagens sonoras e visuais de sua parte.
A última mensagem atribuída a Omar é um comunicado escrito enviado em meados de julho, pouco antes do Aid el Fitr, a festa que marca o fim do Ramadã, no qual aprovava implicitamente o diálogo com o governo.
"O rumor sobre sua morte começou a circular na semana passada em fileiras talibãs quando, pela primeira vez, sua mensagem por ocasião do Aid el Fitr chegou até nós apenas por escrito", explicou à AFP o responsável talibã que mencionou sua morte.
Os rumores sobre a morte do mulá Omar ocorrem semanas após um primeiro contato oficial visando a realização de negociações de paz entre o governo e a rebelião.
Se ficar confirmada, a morte do mulá Omar pode constituir um duro golpe para a insurgência talibã, atingida por divisões internas e ameaçada pelo crescimento do grupo Estado Islâmico (EI).
Os talibãs estão divididos entre a nova geração de comandantes que dirigem a guerra no país e os líderes anteriores refugiados no exterior desde 2001.
Também existem divergências entre os líderes no exterior. De um lado os comandantes presentes no Paquistão e de outro o burô político exilado no Catar, que acusa os primeiros de estar dirigidos pelo governo paquistanês.
Por sua vez, os talibãs registraram nos últimos meses deserções de militantes atraídos pelo grupo Estado Islâmico.
Estes militantes, assim como vários comandantes em território afegão, se opõem às negociações com o governo.
Até agora, os talibãs colocaram como condição a uma eventual negociação de paz a retirada do Afeganistão de todas as tropas estrangeiras, que os expulsaram do poder no fim de 2001 e apoiam o governo pró-ocidental de Cabul.
Os contatos, que devem ser retomados em alguns dias, não tiveram nenhum efeito em terra, onde os combates prosseguem e os talibãs intensificaram seus ataques.
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