24 outubro 2014

Minoria religiosa dos bahá'ís sofre perseguição há 30 anos

Minoria religiosa dos bahá'ís sofre perseguição há 30 anos

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Com mais de 300 mil membros, os bahá'ís formam a maior minoria religiosa não muçulmana no Irã. Há mais de 30 anos eles vêm sendo sistematicamente perseguidos, discriminados e detidos. E a repressão aumenta a cada dia.
Minorias religiosas como a dos cristãos, dos judeus e dos zoroastras são consideradas, segundo o artigo 13 da Constituição iraniana, como "dignas de proteção". Já os bahá'ís são apontados como uma "seita política perversa" ou simplesmente descritos como "impuros".
De acordo com o governo islâmico, a crença dos bahá'ís é uma heresia, pois eles não acreditam em Maomé como sendo o último profeta, mas sim num Deus que se revela regularmente frente às pessoas em espaços de tempo distintos.
A comunidade religiosa dos bahá'ís tem mais de seis milhões de fiéis em todo o mundo (inclusive no Brasil), sendo que 300 mil deles vivem no Irã. O país é o berço de Bahá'u'lláh, o fundador desta religião que surgiu há aproximadamente 170 anos.
A elite religiosa do Irã já via nos bahá'ís um perigo para sua própria legitimação no século 19, tendo incitado o xá de então a enviar os bahá'ís para as proximidades de onde hoje fica a cidade de Haifa. Por isso, os templos sagrados dos bahá'ís encontram-se hoje em dia todos em Israel.
E até hoje os mulás veem suas ambições de poder em risco frente à crença dos bahá'ís, diz Ingo Hofmann, porta-voz da comunidade dos bahá'ís na Alemanha. Segundo ele, é por isso que os membros desta comunidade religiosa continuam sendo tão perseguidos no Irã.
Perseguição sistemática
E as repressões se agravaram com a prisão e execução de muitos bahá'ís no país. Segundo um relatório do Conselho Nacional Religioso dos Bahá'ís na Alemanha, mais de 200 pessoas foram presas e executadas desde a revolução islâmica de 1979.
Muitos bahá'ís são proibidos de frequentar a universidade. Seus estabelecimentos comerciais são incendiados e seus cemitérios destruídos.
Ou seja, o dia a dia desta minoria religiosa no Irã é marcado desde a infância pelo medo, pela insegurança e pela pressão psicológica, relata Sepehr Atefi, baseado em experiência própria. O jovem de 22 anos, natural de Isfahan, era membro ativo do Comitê dos Repórteres dos Direitos Humanos no Irã, antes de ter que fugir, em fevereiro de 2010, para a Turquia após ter sido ameaçado de prisão. Hoje ele vive na Alemanha.
A base para as detenções e discriminação contra os bahá'ís é o documento oficial do Conselho Superior da Revolução Cultural, datado do ano de 1991. O chamado Memorando de Golpayegani instrui todas as autoridades iranianas a bloquear o progresso e o desenvolvimento dos bahá'ís e a destruir suas raízes culturais, inclusive no exterior.

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