Jihadistas do Estado Islâmico executam nove pessoas no Iraque
Vítimas tinham suspeitas de ligações com grupos sunitas anti-jihadistas.
Na Síria, grupo tomou controle de quartel-general de Kobane.
O grupo Estado Islâmico (EI) executou nesta sexta-feira (10), no norte do Iraque, nove pessoas suspeitas de ligações com grupos sunitas anti-jihadistas, indicaram fontes da segurança e testemunhas.
Na cidade de Az-Zab, 90 km a oeste de Kirkuk, seis pessoas foram executadas em público.
"O EI executou quatro habitantes de Az-Zab e dois outros de cidades próximas de Az-Zwiya", alguns quilômetros mais a oeste, disse uma autoridade de segurança local.
Segundo testemunhas, essas seis pessoas foram acusadas de estarem envolvidas nos esforços para organizar uma resistência sunita ao EI na região. As pessoas foram executadas na praça de um mercado, relataram.
Em Baiji, 35 km mais ao sul, três homens foram decapitados nesta sexta, de acordo com uma autoridade.
A fonte afirmou que as três pessoas haviam sido sequestradas alguns dias antes e eram ex-membros das Sahwas, milícias sunitas que combatiam a Al-Qaeda com o apoio do exército americano entre 2007 e 2008.
O governo iraquiano, dominado pelos xiitas, encoraja as tribos sunitas a se levantar contra o EI, que encontrou pouca resistência ao lançar uma ofensiva relâmpago em junho, principalmente em regiões sunitas.
Kobane, Síria
Os militantes do EI que atuam na Síria assumiram o controle nesta sexta do quartel-general dos combatentes curdos na cidade síria de Kobane, na fronteira com a Turquia, onde os extremistas recorreram a artifícios para evitar os ataques da coalizão internacional, liderada pelas Estados Unidos.
Kobane, Síria
Os militantes do EI que atuam na Síria assumiram o controle nesta sexta do quartel-general dos combatentes curdos na cidade síria de Kobane, na fronteira com a Turquia, onde os extremistas recorreram a artifícios para evitar os ataques da coalizão internacional, liderada pelas Estados Unidos.
"Os jihadistas assumiram o controle da zona de segurança em Kobane, que inclui o complexo militar das Unidades de Proteção do Povo (YPG, principal milícia curda síria), a base das Asayesh (forças de segurança curdas) e a sede do conselho local da cidade", informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Frente ao avanço na fronteira com a Turquia, as forças curdas, cada vez mais desesperadas com a diminuição de sua munição, pedem ataques aéreos mais intensos contra o grupo jihadistas, afirmou à AFP um militante curdo.
De acordo com este militantes, Mustefa Ebdi, "os jihadistas utilizam veículos civis e colocam bandeiras curdas em seus carros para evitar serem alvos da coalizão".
O EI, que entrou na segunda-feira na cidade, controla agora 40% da localidade, depois de tomar o leste de Kobane (Ain al-Arab em árabe), e prossegue com o avanço a partir do oeste e do sul, segundo o OSDH.
"A tomada do quartel-general permitirá aos jihadistas avançar até o posto de fronteira com a Turquia ao norte da cidade. Se conseguirem, eles cercarão as forças curdas em Kobane", afirmou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório.
A batalha é totalmente desigual, com os jihadistas muito mais numerosos e que contam com mais armas, o que permite seu avanço, apesar dos bombardeios da coalizão liderada pelos Estados Unidos.
'A coalizão destruiu veículos e posições do EI, mas não afetou o fornecimento de armas a partir de seus redutos nas províncias de Raqa e de Aleppo (norte)', disse Rahman, que também indica a chegada de reforços extremistas.
O EI tem recorrido a atentados com carro-bomba. Desta forma, um suicida lançou seu veículo contra o QG das forças curdas.
Neste contexto, o emissário especial das Nações Unidas para a Síria, Stefan de Mitsura, pediu nesta sexta à Turquia que deixe os refugiados curdos sírios cruzarem a fronteira para ajudar a cidade de Kobane.
Até agora a Turquia impediu os refugiados sírios em seu país de cruzar novamente a fronteira em sentido contrário.
Desde o início da ofensiva jihadista na região em 16 de setembro, cerca de 500 pessoas, em sua maioria combatentes dos dois lados, morreram, segundo o OSDH. Além disso, 300 mil habitantes fugiram, incluindo mais de 200 mil para a Turquia.
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