12 fevereiro 2016

Grandes potências acertam plano para romper impasse na Síria

Reuters
11/02/2016 22h04 - Atualizado em 12/02/2016 00h50

Grandes potências acertam plano para romper impasse na Síria

Países concordaram em um fim gradual das hostilidades.
Acordo também inclui ajuda humanitária rápida.

Do G1, em São Paulo
Chanceler da Rússia, Sergey Lavrov (à esqueda) e secretário de Estado dos EUA, Jonh Kerry (Foto: Matthias Schrader/AP)Chanceler da Rússia, Sergey Lavrov (à esqueda) e secretário de Estado dos EUA, Jonh Kerry (Foto: Matthias Schrader/AP)
As grandes potências concordaram na sexta-feira (12, no horário local) com um plano destinado a quebrar o impasse na Síria através da introdução de um fim gradual das hostilidades e de ajuda humanitária rápida, de forma a criar condições para a retomada das negociações de paz. O grupo, porém, não estabeleceu uma data para um cessar-fogo completo.
O acordo surgiu a partir de um encontro realizado nesta quinta-feira (11) em Munique, na Alemanha, do Grupo Internacional de Apoio à Síria, do qual participam representantes dos Estados Unidos, da Rússia e de outros 12 países.
Segundo o secretário de Estado americano, John Kerry, o acordo determina a "cessação de hostilidades" na Síria, a começar em uma semana. A medida não inclui os ataques contra o Estado Islâmico ou outros gupos terroristas que atuam na Síria.
Divergências
O anúncio do acordo não significa o fim das divergências entre as potências sobre o caminho para a paz na Síria.
Kerry cobrou a saída do presidente Bashar al-Assad, ao dizer que "sem transição política, não é possível alcançar a paz." A Rússia, entretanto, não mostrou até o momento interesse em que o governante deixe o poder, segundo diplomatas.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, também ressaltou que o país vai manter os ataques áreos em território sírio que, segundo Moscou, têm como alvo o Estado Islâmico e outros grupos terroristas. Para os EUA, entretanto, esses golpes têm atingido grupos de oposição a Assad e que são apoiados por países ocidentais.
O ministro das relações exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que os Estados Unidos e a Rússia devem coordenar de maneira mais próxima as ações militares no país.
Sírios se reúnem em uma rua destruída por uma bomba em Aleppo, na Síria (Foto: Sana/AP)Sírios se reúnem em uma rua destruída por uma bomba em Aleppo, na Síria (Foto: Sana/AP)

Oposição cobra ações práticas
A oposição síria elogiou os esforços, mas diz que são necessárias ações concretas. Selem Meslet, representante do Alto Comitê de Negociações Sírias - principal grupo contrário ao regime de Assad - indicou que aguardará tais ações para decidir se participará das negociações de paz realizadas na Suíça.
"Nós agradecemos os esforços que nossos amigos estão fazendo para ajudar o povo sírio. Se nós virmos ação e implementação, nos veremos em breve em Genebra", afirmou.
Kerry, Lavrov e o enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) Staffan de Mistura, concordaram que a reunião de Munique produziu compromissos no papel apenas e que o "teste verdadeiro" será ver se todas as partes envolvidas no conflito da Síria vão honrar seus compromissos. Mistura enfatizou, ainda, que o que foi acordado não foi um cessar-fogo, mas uma "cessação de hostilidades".

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