17 fevereiro 2016

Dote de casamento "exorbitante" dificulta a vida de chineses solteiros

Dote de casamento "exorbitante" dificulta a vida de chineses solteiros

O dote de casamento, pré-requisito essencial para selar o matrimónio na China rural, tem-se tornado um encargo demasiado grande para as famílias face à crescente exigência das noivas, segundo uma reportagem publicada num jornal estatal

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MUNDO MATRIMÓNIOHÁ 3 HORASPOR NOTÍCIAS AO MINUTO
Em Xincai, aldeia rural da província de Henan, o 'preço de uma esposa' disparou nos últimos cinco anos de 66.000 yuan (9.000 euros) para mais de 100.000 yuan (13.750 euros), relata o Global Times.
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"Em média, as famílias locais ganham apenas alguns milhares de yuan por ano na agricultura, pelo que juntar dinheiro para o dote leva muito tempo", explica aquele diário do Partido Comunista Chinês (PCC).
A escalada dos preços levou muitos homens a procurar trabalho nas prósperas cidades do litoral, como forma de amealhar dinheiro que baste para 'seduzir' as moças da terra.
No entanto, "muitos descobrem ao regressar que o que ganharam é insuficiente para encontrar uma mulher", lê-se no artigo.
Uma família de Xincai, por exemplo, terá já oferecido à pretendida do seu filho 20.000 yuan (2.750 euros) em presentes monetários, mas ela "continua livre de se encontrar com outros homens", conta o Global Times.
"A única forma de selar o acordo é oferecer um montante avultado", acrescenta o jornal.
Mas o dote é apenas a última parcela de um investimento maior: primeiro, é necessário comprar uma casa; e a seguir obter os "três objetos dourados" - anéis, um colar e brincos de ouro.
Um residente de Xincai, identificado pelo Global Times como Xu, já fez as contas: "Encontrar uma nora leva muitas famílias à falência".
A 'vantagem negocial' das mulheres é também resultado de persistentes "tradições feudais" e três décadas da política de filho único, que geraram um excedente de 33 milhões de homens na China.
As estatísticas oficiais falam por si: no final de 2014, a China tinha cerca de 700 milhões de homens e 667 milhões de mulheres e a diferença, à nascença, era de 115,8 rapazes por 100 raparigas.
Segundo a tradição chinesa, são os pais que transmitem o nome da família à geração seguinte, enquanto o sobrenome das mães não passa para os filhos.
Como resultado, a maioria dos abortos feitos no país - 336 milhões desde 1971, segundo dados oficiais chineses - ocorreram com fetos do sexo feminino.

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