Os americanos estão a alguns meses das eleições presidenciais, previstas para novembro, mas o ano começa com uma apertada agenda de atividades, em um complexo processo eleitoral.
Seguem abaixo os elementos fundamentais desta intrincada agenda americana:
Primárias
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Os cidadãos americanos dos 50 estados da União e cinco territórios podem votar nas eleições internas dos partidos Democrata e Republicano.
O processo consome vários meses, mas serve para reduzir o número a um único representante por partido. É de particular importância para o Partido Republicano, que possui nada mais, nada menos que 17 pré-candidatos.
Em cada uma das primárias e dos "caucus" (assembleias) nos estados, os candidatos devem obter o apoio de delegados, que são distribuídos de acordo com o padrão eleitoral.
Alguns estados utilizam um sistema de representação proporcional na distribuição dos delegados, apesar de a maioria conceder a totalidade deles ao vencedor.
Em estados como Iowa, Nevada e Wyoming, os partidos organizam "caucus", reuniões ou assembleias nas quais os eleitores discutem as vantagens de cada candidato e decidem o vencedor por voto direto.
Durante o longo processo das primárias, o candidato que obtiver a maioria absoluta dos delegados partidários em nível nacional tem garantida sua indicação.
Às vezes, o processo aponta o vencedor já nas primeiras etapas. Mas nas primárias republicanas de 2012, por exemplo, Mitt Romney definiu sua vantagem logo em abril, mas só conseguiu confirmar sua indicação no final de maio.
Iowa dará a largada em 1º de fevereiro, seguido pelo Estado de New Hampshire no dia 8 do mesmo mês.
As convenções
Ao final do esgotante processo das primárias, os democratas e republicanos realizam suas convenções, na quais formalmente definem seus candidatos presidenciais.
Os republicanos realizarão sua convenção em Cleveland (Ohio), em 18 de julho, enquanto os democratas celebrarão a sua na Filadélfia (Pensilvânia) uma semana mais tarde.
Estes eventos são basicamente quatro dias de espetáculos que destacam as virtudes de um candidato, que é, por fim, aclamado pelos delegados no último dia.
O fim das convenções marca o início da fase da "eleição geral", quando os candidatos passam a dispor de recursos financeiros arrecadados especificamente para esta etapa.
Três debates
Desde 1976, os candidatos dos dois partidos se enfrentam, em setembro e outubro, em três debates televisados e organizados por uma comissão independente.
Normalmente, os candidatos a vice-presidente também se enfrentam ao menos uma vez em um debate.
Historicamente, as audiências desses debates na tv são enormes, com mais de 60 milhões de pessoas acompanhando as discussões.
O primeiro debate televisado em nível nacional aconteceu em 1960, entre o democrata John Kennedy e o republicano Richard Nixon.
Dia de eleição
O dia das eleições é fixado por lei para a terça-feira após a primeira segunda-feira de novembro, apesar de, nos últimos anos, mais e mais americanos optarem por votar antecipadamente, tanto em pessoa como pelo correio.
Os moradores dos territórios americanos não votam na eleição presidencial, mas votam os residentes do Distrito de Columbia, onde está Washington, a capital do país.
Colégio eleitoral
O presidente de Estados Unidos não é eleito por voto direto, e sim por um Colégio Eleitoral. Os americanos votam por um candidato, mas, na realidade, escolhem um "eleitor" que votará por eles no Colégio.
O Colégio Eleitoral é integrado por 538 eleitores. Cada estado tem, de acordo com sua população e representação no Congresso, um número determinado de eleitores.
Em 48 dos 50 Estados, o vencedor fica com todos os eleitores em disputa (e não em proporção aos votos). Um candidato precisa de 270 votos no Colégio Eleitoral para chegar à Casa Branca.
O sucessor de Barack Obama assumirá suas funções em 20 de janeiro de 2017.
Outras eleições
As 435 cadeiras da Câmara de Representantes também estarão em disputa nessas eleições, assim como 34 das 100 vagas do Senado. Ao mesmo tempo, doze estados e dois territórios elegerão seus governadores.