16 outubro 2015

Palestinos incendeiam o túmulo de José, local sagrado para os judeus na Cisjordânia

Mais uma vez, o dia se anuncia tenso em Israel, depois de 15 dias de violência. Nesta madrugada, palestinos atearam fogo a um local sagrado para os judeus, o túmulo de José, em Nablus, na Cisjordânia ocupada.
O incêndio no local onde, pela crença hebraica, repousam os restos do José bíblico, foi classificado pelo exército israelense de "profanação detestável". O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, chamou o ato de "irresponsável" e decidiu formar imediatamente uma comissão de investigação "para reparar os danos causados por este gesto deplorável".
<p>O santuário fica dentro de um campo de refugiados palestino.</p>© Fornecido por…
O santuário fica dentro de um campo de refugiados palestino e é um foco de tensão frequente. Como está fora da jurisdição israelense, os judeus só podem visitá-lo com escolta do exército, que já anunciou que não poupará esforços para restaurar a "liberdade de culto" no túmulo de José. Hoje, o Hamas conclamou mais um "dia de cólera", o que tem tido muito mais apelo entre a desiludida juventude palestina do que os pedidos de resistência pacífica de Mahmoud Abbas.
Mesmo a posição moderada de Abbas enfrenta pressão crescente: o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o líder de "estimular a violência" e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pediu que ele não incite confrontos. Kerry prometeu visitar o território "nos próximo dias" para tentar acalmar os ânimos. A pedido da Jordânia, o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reúne em caráter de emergência nesta sexta-feira para discutir a crise.
Enquanto isso, Israel reforça as medidas repressivas: a esplanada das Mesquitas está proibida para palestinos com menos de 40 anos de idade, a Cisjordânia está sitiada e, a partir de domingo, cerca de 300 soldados vão reforçar a polícia. A última vez que um contingente como esse foi colocado nas ruas de Jerusalém foi em 2002, durante a segunda Intifada. 

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