Abertura de CPI do Futebol é aprovada no Senado
Os senadores aprovaram nesta quinta-feira a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o escândalo que resultou na detenção de sete dirigentes da Fifa, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, suspeitos de corrupção, lavagem de dinheiro e extorsão, em esquemas comerciais envolvendo competições como a Copa América, Libertadores e Copa do Brasil.
A CPI será publicada nesta sexta-feira no Diário do Senado e só não será instalada se 26 senadores retirarem suas assinaturas do requerimento até o fim da noite desta quinta, pouco provável no cenário atual.
A proposta de abertura da comissão investigatória é de autoria do senador Romário (PSB-RJ). Ele fez a proposta logo após ganhar repercussão a prisão dos dirigentes em Zurique na manhã da última quarta-feira (27).
A investigação que culminou na detenção dos dirigentes em Zurique está sendo feita pela Justiça nos Estados Unidos. Já a CPI no Senado pretende avançar em valores referentes à Copa do Mundo de 2014, assunto que não está sendo apreciado pelas autoridades norte-americanas.
Em nota oficial do Senado, foi informado que a comissão contará com sete membros titulares e igual número de suplentes e terá 180 dias para investigar possíveis irregularidades em contratos feitos para a realização de partidas da seleção brasileira de futebol, de campeonatos organizados pela CBF, assim como para a realização da Copa das Confederações em 2013 e da Copa do Mundo de futebol de 2014.
A instalação dependerá da indicação dos integrantes pelos partidos, o que leva em conta o cálculo de proporcionalidade das bancadas na composição do Senado. O limite de despesas da comissão será de R$ 100 mil.
Durante sessão no plenário do Senado nesta quinta-feira (28), Romário falou sobre a CPI e disse esperar que os responsáveis sejam presos.
"Particularmente espero que Blatter seja preso antes de assumir um novo mandato. O Marin está preso e este é o momento de fazermos uma verdadeira devassa na CBF, a Casa Bandida do Futebol", afirmou.
"Recentemente, fomos surpreendidos com notícias da venda da Seleção Brasileira de Futebol masculino. Jogador que entra em campo por valor de marketing. Escalação feita por empresários. Tudo registrado em contrato. Por tudo isso, tenho tentado emplacar uma CPI para investigar esses criminosos. É uma quadrilha camuflada pelas cores da nossa bandeira e festejada ao som do hino nacional", completou Romário, fazendo referência ao contrato da CBF com as empresas International Sports Events (ISE) e Pitch International, que prevê redução do valor pago caso a seleção brasileira não entre em campo com seus principais jogadores.
Marin dividiu propina de R$ 346 milhões
A investigação realizada pela Procuradoria de Nova York descobriu que o ex-presidente da CBF José Maria Marin seria um dos cinco beneficiários de uma propina de US$ 110 milhões (R$ 346 milhões, na cotação desta quarta-feira, 27) pagos pela empresa uruguaia Datisa, criada pela Traffic e por outras duas agências de marketing para negociações de direitos de transmissão da Copa América.
Marin e os outros acusados receberiam o dinheiro por terem feito com que a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e a Concacaf (Confederação de Américas do Norte e Central) cedessem à Datisa os direitos mundiais de transmissão das edições da Copa América dos anos de 2015, 2019 e 2023, além da edição especial do campeonato em 2016, evento que será realizado nos Estados Unidos e reunirá seleções de todo o continente americano.
De acordo com os procuradores norte-americanos, o esquema foi fechado em janeiro de 2014, quando Marin era o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e membro do comitê executivo da Fifa. Já o representante da CBF na Conmebol, à época, era Marco Polo del Nero, atual presidente da CBF, que não é citado nas investigações.
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