26 setembro 2014

Gato enterrado é resgatado com vida e 'adotado' por delegado: 'Um guerreiro'

Um gato foi enterrado vivo pelo seu antigo dono, no bairro Jardim Rio Branco, em São Vicente, no litoral de São Paulo. Apesar de ter ficado pelo menos quatro horas debaixo da terra, o animal conseguiu sobreviver. Uma mulher ouviu o miado do animal e chamou a polícia, que fez o resgate. Sensibilizado com a história do animal, o delegado Norberto Donizeti Bergamini, do Distrito Policial Sede da cidade, resolveu adotá-lo e vem, junto com a sua esposa, cuidando do animal.
Gato tem duas semanas de vida (Foto: Rodrigo Martins/ G1)Gato resgatado tem apenas duas semanas de vida
(Foto: Rodrigo Martins/ G1)
Responsável por registrar a ocorrência, que aconteceu no último domingo (21), Bergamini explicou ao G1 a razão pela qual decidiu ficar com o gato. "Eu sempre fui criado com animais, como cachorro, galo, pato e coelho. Eu gosto muito de animais. Além disso, a história dele me surpreendeu e sensibilizou. Achei que ele estivesse morto. Nós estávamos procurando um lugar para a necrópsia. Como ele sobreviveu, qualquer animal nessa situação eu socorreria. Não só porque é crime, mas porque me atinge, de modo particular. Tenho em casa outros seis gatos", conta.
O delegado relata que, mesmo depois do resgate, o animal corria risco de morte. "Ele passou por uma situação muito difícil. Quando ele saiu, a sua temperatura corporal estava oito graus abaixo do que é considerado normal. Por isso, tiveram que aquecê-lo. A veterinária até disse que ele poderia ficar com problemas neurológicos por causa disso, porém, ele tem reagido bem. Está tudo normal. Ele se alimenta regularmente, dorme bem e já está até andando”, diz.
Com duas semanas de vida, o sobrevivente ganhou um nome: Chico Guerreiro. Religioso, Bergamini destaca que a superação do gato inspirou a escolha. "Sou franciscano e admiro muito São Francisco de Assis. Por isso, dei o nome de Chico para ele. Eu o acabei apelidando de Chico Guerreiro. Ele surpreendeu pela persistência, de sobreviver mesmo tendo ficado enterrado por quatro horas, sem ar, em uma areia gelada. Tem que ser um guerreiro muito forte para sobreviver", afirma.
Já sobre o suspeito pelo crime, o delegado revela que o homem foi detido em um primeiro momento, mas deverá responder ao processo em liberdade. "Se o gato tivesse morrido, ele poderia ser acusado de morte por asfixia mecânica. Só que como isso não ocorreu, ele não terá que responder a um inquérito comum. O rapaz irá responder por maus tratos, algo que ficou evidenciado no momento do resgate do animal pelos policiais", comenta.
Apesar do gesto de solidariedade ao ficar com o animal, Bergamini ainda não sabe se poderá ficar definitivamente com o gato. "Por enquanto, ele vai ficar comigo. Vou tratá-lo e, no que depender de mim, iremos cuidar dele em casa. É mais um gato que terei. Começamos a criar gatos faz quatro anos. Mas se houver uma decisão judicial diferente, a gente atende", conclui.
Buraco onde o gato foi encontrado em São Vicente, SP (Foto: Divulgação/ Norberto Donizete Bergamini)Buraco onde o gato foi encontrado em São Vicente, SP (Foto: Divulgação/ Norberto Donizeti Bergamini)

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