A família de quatro brasileiros que morreu dentro de casa na passagem de um ciclone pela ilha da Sardenha, no sul da Itália, mudou para o local há dois meses para não pagar aluguel e tinha planos de voltar definitivamente ao Brasil.
O casal Izael Passoni, 42, e Cleide Mara, 39, e os filhos Weriston, 20, e Laine Kellen, 16, estão entre as 17 vítimas fatais de uma inundação em Arzachena, na madrugada desta terça-feira (19). Eles moravam na Europa há oito anos e deixaram parentes em Divinolândia (a 264 km de São Paulo), próximo à divisa com Minas.
Reprodução/Facebook | ||
Os irmãos Weriston e Laine, vítimas de inundação em Sardenha, na Itália |
Segundo o pastor evangélico e lavrador Abel Passoni, 72, pai de Izael, a família dormia no porão de uma mansão quando a água da chuva tomou o local e os afogou.
"A água subiu três metros acima do nível do porão. Teve gente que tentou ligar para eles, para avisar da tempestade, mas lá não pega telefone. Eles não acordaram."
Eles não pagavam aluguel --em troca da moradia, Izael cuidava da casa nos fins de semana. De segunda a sexta, trabalhava de jardineiro para um italiano e ganhava 80 euros por dia --1.600 por mês.
"Falei com ele [Izael] no domingo e ele estava um pouco feliz, porque tinha se mudado para lá e parado de pagar aluguel", diz Abel.
Segundo o pastor, antes o filho gastava 650 euros por mês em um apartamento na cidade (cerca de 40% de sua renda).
"O aluguel estava muito caro. Era o que ele mais reclamava", diz. "Mas ele não podia falar nada, nem reclamar do salário, porque tinha gente de sobra querendo o trabalho dele, e se reclamasse o patrão mandava ele embora."
VOLTA AO BRASIL
O pai de Izael conta que o filho, que já tinha morado com a família em Arzachena e Luogosanto, na Sardenha, e em Lanzarote, na Espanha, planejava voltar ao Brasil em novembro de 2014.
"Foi apertando a saudade e ele viu que deveria voltar para ficar perto da família. Lá ele estava muito distante da gente", diz Abel. Em todos esses anos, voltaram apenas uma vez, há quatro anos. "Foi muito bom demais da conta."
Para o pastor, "essas coisas Deus permite que aconteçam e não temos o que fazer". "E não tem mais nenhum para consolar a ge
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado