01 novembro 2011

Cerca de 3 mil fogem da Nigéria após massacre de cristãos!

É nisso que dá matar e perseguir minorias.






Quase 3 mil pessoas fugiram da Nigéria para países vizinhos depois do massacre que deixou centenas de cristãos mortos em povoados no centro da nação africana no último final de semana, informaram nesta quinta-feira, 11, a Cruz Vermelha nigeriana e a internacional.
A entidade, que distribui água e alimentos para cerca de 5 mil pessoas que se refugiaram nas delegacias da cidade de Jos e nas proximidades, informou que milhares de pessoas estão deixando o estado de Bauchi. Esses refugiados se juntarão às cerca de 3,800 pessoas que saíram da região por conta dos violentos conflitos de janeiro, quando 300 pessoas, sendo a maioria muçulmanos, morreram.
Pelo menos 200 pessoas, a maioria cristãos, foram assassinados no domingo, de acordo com testemunhas locais, grupos de ajuda e jornalistas. Entre as vítimas, havia dezenas de crianças e mulheres. Os moradores dos locais atacados acusaram a Polícia e as forças militares de não fornecer segurança.
Na quinta-feira, milhares de pessoas foram às ruas protestar. Elas carregavam Bíblias e cruzes, além de galhos cheio de folhas, um sinal tradicional de protestos no país. As reivindicações eram contra a “liderança invisível” no país, fazendo alusão ao vice-presidente Goodluck Jonathan, que assumiu o lugar de Umaru Yar’Adua, mandatário que esteve fora do cargo por problemas de saúde.
A Nigéria é praticamente dividida entre os muçulmanos do norte e os cristãos do sul. Os recentes conflitos têm acontecido no centro do país, onde dezenas de grupos étnicos lutam pelo controle das terras férteis nigerianas
Na última década, vários conflitos estouraram na Nigéria e deixaram milhares de mortos. Em setembro de 2001, enfrentamentos fizeram mais de mil mortos. Batalhas entre cristãos e muçulmanos deixaram outras 700 vítimas em 2004 e em 2228, em um episódio similar, 300 nigerianos morreram.



Bernard-Henri Levy defendeu esta semana, no El País, que "os cristãos formam hoje, à escala planetária, a comunidade perseguida de forma mais violenta e na maior impunidade". Mais: "enquanto o anti-semitismo é considerado um crime e os preconceitos anti-árabes ou anticiganos são estigmatizados, a violenta fobia anticristã que percorre o mundo não parece ter qualquer resposta".
Bernard-Henry Levy acrescenta a estes muitos outros exemplos, incluindo a prisão de uma jovem internauta na Palestina de Mahmud Abbas, a tentativa de assassinato do arcebispo de Kartum, Gabriel Zubeir Wako, a perseguição aos cristãos evangélicos da Eritreia, ou a morte a tiro do padre Christian Bakulene na República Democrática do Congo. O terrível destino da comunidade de monges franceses que vivia num mosteiro católico na Argélia e foi assassinada por um grupo de fundamentalistas islâmicos, e que Xavier Beauvois nos conta no belíssimo filme Dos Homens e dos Deuses (ainda em exibição), está longe de ser um exemplo isolado de violência sectária.
Não faltará quem, como alerta o filósofo francês, esteja pronto a fechar os olhos perante estes crimes lembrando o antigo estatuto de religião dominante do Cristianismo. É um disparate imenso, sob todos os pontos de vista. Primeiro, porque todas as vidas humanas têm o mesmo valor, e nada nos permite diminuir a integralidade de qualquer ser humano, seja ele hindu, muçulmano, ateu ou cristão. Depois, porque se é verdade que os cristãos, como tantos outros, promoveram "guerras santas", não se pode ignorar que a emergência dos valores modernos da liberdade, da igualdade e da dignidade humana medrou em sociedades cristãs, nelas tendo ganho corpo e foros de cidadania muito antes de tal ocorrer noutras civilizações. É bom recordar, por exemplo, que na primeira república democrática moderna, os Estados Unidos, a liberdade religiosa antecedeu a liberdade política e, como justamente notou Tocqueville, a forte presença da religião na sociedade não impediu a criação de um Estado forte e separado das igrejas."
fonte: fiel-inimigo




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