Não existe guerra contra o Islã, diz Barack Obama em Washington
Obama discursou no Kennedy Center, em Washington, neste domingo (11).
'Nada pode quebrar a vontade dos EUA quando estão realmente unidos', diz.
No último discurso em homenagem às vítimas do 11 de Setembro neste domingo (11), Barack Obama exaltou as qualidades do povo americano, especialmente a união, e afirmou que não há guerra contra o Islã nos Estados Unidos.
"Por décadas, os americanos visitarão os monumentos em memória daqueles que morreram no dia 11 de setembro (...) e eles saberão que nada pode quebrar a vontade dos Estados Unidos quando eles estão realmente unidos", declarou Obama.
"Eles se lembrarão do fato de que nós não somos perfeitos, mas que nossa democracia é sólida, e que a democracia, que reflete a imperfeição do homem, nos dá também a oportunidade de reforçar nossa união", ressaltou.
O presidente disse ainda que esses últimos 10 anos "juntaram os laços dos americanos", em um país formado por americanos e estrangeiros, e que não há guerra ao Islã. "Os Estados Unidos nunca estarão em guerra contra o Islã nem contra nenhuma outra religião", disse.
Obama começou e terminou seu discurso repetindo uma citação da Bíblia que diz “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”.
Barack Obama discursou na noite deste domingo (11) no Kennedy Center, onde ocorre o Concerto pela Esperança, com apresentações do cantor country Alan Jackson, da cantora de R&B Patti LaBelle e da mezzo soprano Denyce Graves.
Ele citou mudanças nos locais atingidos pelos ataques terroristas: "Esses 10 anos nos contam uma história de resiliência. O Pentágono está reformado, Shanksville é um lugar de amizade entre os moradores e os familiares das vítimas, Nova York continua uma capital vibrante da arte, moda e comércio. Onde antes era o Word Trade Center, agora o sol reflete uma nova torre que alcança o ceu".
No fim do discurso o presidente voltou a fazer a citação da Bíblia, a mesma do começo, e encerrou dizendo "vamos olhar para o futuro com o coração cheio de esperança”
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Memorial no Marco Zero
Pela manhã, Obama e o seu antecessor, George W. Bush participaram juntos das homenagens às 2.983 pessoas que morreram nos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. A cerimônia começou às 8h35 no horário local (9h35 de Brasília). Foi a primeira vez que este tipo de homenagem ocorreu no 'Marco Zero', local onde ficavam as torres gêmeas e, agora, foi construído um memorial às vítimas do 11/9 que abrirá a partir de amanhã para o público em geral (neste domingo, apenas familiares tiveram acesso).
Pela manhã, Obama e o seu antecessor, George W. Bush participaram juntos das homenagens às 2.983 pessoas que morreram nos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. A cerimônia começou às 8h35 no horário local (9h35 de Brasília). Foi a primeira vez que este tipo de homenagem ocorreu no 'Marco Zero', local onde ficavam as torres gêmeas e, agora, foi construído um memorial às vítimas do 11/9 que abrirá a partir de amanhã para o público em geral (neste domingo, apenas familiares tiveram acesso).
Ao chegar, Obama e Bush, acompanhados de suas mulheres, se detiveram diante das fontes construídas no local exato onde ficavam as torres destruídas. Depois dirigiram-se ao local onde estavam as famílias das vítimas e as autoridades locais, entre elas o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, para saudá-los pessoalmente.
Pouco depois, às 08h46, Nova York observou o primeiro minuto de silêncio para marcar o momento exato quando, há 10 anos, o primeiro dos dois aviões sequestrados atingiu uma das torres do World Trade Center, começando os ataques do 11 de Setembro.
As homenagens marcaram ainda os momentos dos choques dos outros três aviões e a queda de cada uma das torres. Às 10h28 (locais), foi feito o sexto e último momento de silêncio, marcando o desabamento do prédio norte do WTC.
Logo em seguida à abertura das homenagens, foi iniciada a leitura, por familiares, do nome das vítimas dos atentados, um a um. Esse foi um dos momentos-chave das homenagens. Sinos soaram em toda a cidade.
Ao longo da cerimônia, apresentações musicais intercalaram o silêncio e a leitura de nomes de vítimas. O violoncelista Yo-Yo Ma foi o primeiro a se apresentar. Em seguida, James Taylor e Paul Simon cantaram.
Primeiro discursoEm seu discurso, Obama citou a religião ao relembrar os ataques. "Deus é nosso refúgio e nossa força, uma ajuda muito presente nas dificuldades", disse o presidente, durante uma breve introdução, citando um salmo. Além dele, Bush fez um breve discurso.
As famílias conheceram pela primeira vez omemorial do 11 de Setembro, um espaço paisagístico de três hectares construído no local das torres gêmeas do World Trade Center.
Imensas fontes com cascatas internas têm gravados os nomes das vítimas.
Alerta
Autoridades de Nova York e Washington estão em alerta máximo contra o que descreveram como "possíveis, mas não confirmadas" ameaças de um plano da al-Qaeda para atacar os EUA novamente uma década depois da queda das torres gêmeas do World Trade Center após o choque dos aviões.
Autoridades de Nova York e Washington estão em alerta máximo contra o que descreveram como "possíveis, mas não confirmadas" ameaças de um plano da al-Qaeda para atacar os EUA novamente uma década depois da queda das torres gêmeas do World Trade Center após o choque dos aviões.
Em Manhattan, particularmente, a segurança está muito rígida. Policiais inspecionam veículos nas ruas da cidade e em pontes e túneis que levam a Nova York.
Pentágono
Centenas de pessoas, lideradas pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o secretário de Defesa, Leon Panetta, fizeram neste domingo um minuto de silêncio no Pentágonoem homenagem aos mortos naquele local nos atentados de 11 de setembro de 2001.
Centenas de pessoas, lideradas pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o secretário de Defesa, Leon Panetta, fizeram neste domingo um minuto de silêncio no Pentágonoem homenagem aos mortos naquele local nos atentados de 11 de setembro de 2001.
Ao todo, 184 pessoas morreram quando o voo AA77, o terceiro sequestrado pelos terroristas da al-Qaeda, colidiu contra um dos setores do prédio do Departamento de Defesa às 9h37 no horário local (10h37 de Brasília).
A banda de música da Marinha interpretou o hino 'Amazing Grace' após o minuto de silêncio absoluto em lembrança dos mortos.
Entre os presentes no espaço criado em memória das vítimas, um simples parque com 184 bancos - um para cada óbito do Pentágono -, estavam inúmeras personalidades políticas, como o presidente da Câmara de Representantes, John Boehner.
PensilvâniaCentenas de pessoas se reuniram neste domingo em Shanksville, no estado americano da Pensilvânia, para prestar um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do voo 93 da companhia United Airlines, que foi sequestrado por membros da rede al-Qaeda e caiu na cidade no dia 11 de setembro de 2001, matando todas as 44 pessoas a bordo, entre elas os quatro sequestradores.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, depositou flores no local onde aconteceu a queda do avião, em Shanksville. O voo 93 foi o único que não chegou ao destino traçado pelos terroristas - neste caso o Capitólio, em Washington.
Os passageiros, que sabiam o que havia ocorrido minutos antes em Nova York por terem conversado com familiares por telefone, entraram na cabine do piloto, onde estavam os terroristas, e sacrificaram as próprias vidas para evitar um desastre maior.
O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e os ex-presidentes George W. Bush e Bill Clinton participaram no sábado da cerimônia de inauguração de um monumento às vítimas.
"A decisão deles custou suas vidas", mas em troca "hoje há americanos que estão vivos graças ao que eles decidiram fazer, e por isso lhes somos eternamente gratos", declarou Bush, que era o presidente na época dos atentados.
*Colaborou Raquel Krähenbühl, em Washington
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