As minorias tornaram-se mais vulneráveis um pouco por todo o mundo ao longo de 2009, nota o relatório do Departamento de Estado norte-americano sobre os direitos humanos.
O documento divulgado ontem à tarde escolhe como exemplo dessa vulnerabilidade crescente os uigures de Xinjiang, muçulmanos do Nordeste da China, onde Pequim “intensificou a repressão no plano cultural e religioso”. Mas também os muçulmanos na Europa, onde “a descriminação teve um crescimento preocupante”, mesmo em “países geralmente respeitadores dos direitos humanos”. O alvo das maiores críticas é a Suíça, onde a construção de minaretes nas mesquitas foi proibida em referendo.
Para além da perseguição das minorias, outra tendência identificada no relatório sobre o estado dos direitos humanos no mundo é a confirmação da Internet como campo de batalha. A China, que “empregou milhares de pessoas ao nível nacional e local” num esforço para controlar o conteúdo publicado na Net, bloquear o acesso a sites estrangeiros e encorajar a auto-censura, volta a surgir como mau exemplo.
Mas o mesmo aconteceu no Irão, no ano das muito contestadas eleições que reelegeram o ultra-conservador Mahmoud Ahmadinejad e que também confirmaram a Internet como campo de batalha fundamental entre a teocracia xiita e a oposição.
O Departamento de Estado diz que 2009 ficou marcado no Irão pelo ataque ao direito de expressão, ao direito de associação e por procedimentos judiciais duvidosos. O próprio processo eleitoral surge como uma “limitação severa” contra “o direito dos indivíduos mudarem de governo pacificamente, através de eleições livres e justas”.
Outra nota neste relatório é a deterioração dos direitos no Iraque e no Afeganistão, países onde os EUA travam guerras. Se no Afeganistão o dedo é apontado aos insurrectos, que puseram em risco e mataram muitos civis, no Iraque o Governo aliado de Washington é acusado de cometer assassínios arbitrários.
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