16 janeiro 2014

Apostolo Valdemiro Santiago de Oliveira: Uma historia de fé e coragem!

Com microfone em punho, Valdemiro Santiago de Oliveira, todo-poderoso líder da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), caminha bambeando de um lado para outro do altar fincado bem no centro de um galpão de 18 mil metros quadrados, localizado no Brás, bairro da região central de São Paulo. Dez mil pessoas se aglomeram ao redor do autointitulado apóstolo, em estado de atenção e êxtase, à espera de uma palavra, um toque, um abraço. Com o rebanho em suas mãos, e um timing digno de showman, ele chora, gargalha, transpira. Está entregue à multidão. A voz rouca sai carregada de ironia e ornamentada por um sorriso de canto de boca.
Terça-feira, 11 de janeiro, 12h30: em pé em uma banqueta, o apóstolo Valdemiro Santiago dispensa o almoço para abençoar cerca de mil fiéis em fila no templo-sede da Igreja Mundial, no Brás, em São Paulo
“Está um congestionamento aqui fora. Ouvi dizer que acontece uma feira na redondeza!”, diz. Mas não há feira nenhuma. O movimento na região é provocado pelos concorridos cultos desse mineiro de 47 anos, natural de Cisneiros, distrito de Palma, a 400 quilômetros de Belo Horizonte. E Santiago sabe muito bem disso. Há 30 anos no movimento neopentecostal brasileiro, segmento que mais cresce no Brasil (deve chegar a 40 milhões de adeptos no novo Censo), o homem forte da Mundial é o mais fulgurante fenômeno religioso do Brasil atualmente. Sua identificação direta com a massa – é negro, tem sotaque caipira e português falho, trabalhou na roça e passou fome – o coloca nos braços humildes e carentes daqueles que procuram uma solução espiritual para as mazelas da vida.
“Quem me viu na tevê? Quem foi a Interlagos?”, questiona Santiago, enquanto os fiéis, contidos por obreiros, se debatem e gritam em sua direção. No primeiro dia de 2011, o religioso ganhou minutos preciosos em rede nacional por causa da massa impressionante de discípulos que conseguiu arregimentar em pleno 1º de janeiro, vinda de todos os cantos do Brasil para celebrar com ele no autódromo de Interlagos. Segundo os organizadores do evento, havia lá 2,3 milhões de pessoas. Nos dias 9 e 11 de janeiro, quando a reportagem de ISTOÉ acompanhou os cultos na sede mundial da IMPD, no Brás, uma antiga fábrica comprada por R$ 60 milhões em 60 parcelas de R$ 1 milhão, o apóstolo faturou sobre essa exposição em horário nobre. “Ninguém pode dizer que sou um sujeito dotado de uma inteligência, uma sabedoria”, disse Santiago à ISTOÉ, currículo escolar findo no quinto ano do ensino fundamental, mas alinhado em um terno bem cortado, gravata, camisa com abotoaduras douradas e sapatos tamanho 44 impecáveis. “Quem olha a minha vida e faz uma análise não tem como não glorificar Deus.”
O ex-roceiro, que cuidava de marrecos e foi viciado em drogas, é ovacionado por 2,3 milhões de pessoas, em Interlagos, no primeiro dia de 2011
De fato, o garoto que perdeu a mãe aos 12 anos e caminhava oito quilômetros por dia para levar marmita para os familiares na roça lidera, hoje, um império religioso que conta com três mil igrejas espalhadas pela América do Sul e do Norte, Europa, Ásia e África e 4,5 milhões de fiéis, de acordo com dados da própria IMPD. Treze anos depois de fundar a Mundial, o homem que gosta de cultivar a fama de matuto mora em um condomínio de luxo em Barueri, na Grande São Paulo, e tem na garagem três carros importados blindados – uma Land Rover, um Toyota e um Peugeot. Motoristas e seguranças particulares estão sempre à sua disposição. Helicópteros e um jato particular também. A Igreja Mundial, por sua vez, tem inaugurado um novo templo por semana e honra, mensalmente, uma despesa em torno de R$ 40 milhões. O dinheiro da igreja vem, principalmente, do dízimo arrecadado. Membros da IMPD estimam receber de doação em seus cultos uma média de R$ 10 por fiel. Há, ainda, envelopes nas cores ouro, prata e bronze. Pastores afirmam que a diferenciação não está diretamente ligada ao valor a ser dado à igreja. Segundo eles, cada tipo de envelope contém uma mensagem diferente. Nesse primeiro mês de 2011, o apóstolo reforçou o pedido por doações argumentando despesas com emissoras de tevê e rádio. “Ano novo, contratos novos e reajustados… Essa semana preciso muito de sua ajuda. Quem pode trazer até terça-feira R$ 100?”, perguntou Santiago. A quantia foi diminuindo à medida que o tempo ia passando. “E uma oferta mínima de R$ 30? Quem puder, fique de pé que o obreiro irá dar o envelope.”
CURA: O milagre é o carro-chefe da Igreja Mundial. Pessoas com câncer e até cadeirantes testemunham ter se curado com a intervenção de Santiago e seus pastores
É a mística de milagreiro de Santiago a chave de seu sucesso e a responsável pelo fenômeno da multiplicação de fiéis à sua volta. E a televisão amplifica em doses continentais esse poder de comunicação inato do líder evangélico. Atualmente ele ocupa 22 horas diárias na programação da Rede 21, que pertence ao grupo Bandeirantes, ao custo de R$ 6 milhões mensais. Com mais R$ 101 mil por mês, pagos à Multichoice, empresa sul-africana distribuidora de sinal, também está no ar em Angola, Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Líbia, Zimbábue e Botswana. Na telinha, o que se vê são os cultos de Santiago em seus templos. Para isso, a performance do pastor é acompanhada, minuto a minuto, por fotógrafo e uma equipe de cinegrafistas, que registram tudo para ser divulgado, além da tevê, no jornal, na revista e na rádio da igreja. Na África do Sul, a Mundial possui uma hora de programação na TV Soweto, ao custo de R$ 59 mil mensais. Em Maputo, a capital de Moçambique, uma tevê e uma rádio já estão sob o domínio da corrente evangélica do ex-roceiro, fissurado, segundo palavras dos próprios membros da igreja, por se comunicar com os súditos via tevê. Afinal, se em um templo como o do Brás o apóstolo consegue falar para 30 mil pessoas, no ar, citando apenas os que possuem antena parabólica no Brasil, ele chega a 25 milhões de lares via Rede 21.
Não e à toa que, anunciados pela telinha, seus eventos estão sempre lotados. “Aquela máxima da publicidade de que uma imagem vale mais do que mil palavras se aplica muito bem a Valdemiro”, afirma Ronaldo Didini, ex-membro da cúpula da Universal e braço-direito de Santiago, que responde pela estratégia de mídia da igreja. Além dele, são dirigentes da Mundial um consultor financeiro, também ex-Universal, e três deputados eleitos no último pleito – dois federais (José Olímpio, PP/SP e Francisco Floriano, PR/RJ) e um estadual (Rodrigo Moraes, PSC/SP). “As coisas são cada vez mais rápidas e profissionalizadas na Mundial”, diz o pesquisador Ricardo Bitun, autor da tese “Igreja Mundial do Poder de Deus: Rupturas e Continuidades no Campo Religioso Neopentecostal”, defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Isso ocorre, em grande parte, por conta de um fenômeno conhecido como nomadismo religioso. Se durante muito tempo a Igreja Católica era a maior fornecedora de ovelhas ao rebanho pentecostal, agora esses últimos trocam de fiéis entre si. “Meu trabalho é o altar; meu negócio é multiplicar as almas”, diz Santiago, que também fatura com a crise de igrejas como a Renascer em Cristo, por exemplo, que perdeu em 2010 seus discípulos mais ilustres, o jogador de futebol Kaká e sua mulher, Caroline Celico.
A ascensão de Santiago ao olimpo dos líderes religiosos do Brasil começou a ser moldada em 1976, quando, aos 16 anos, ele se converteu ao protestantismo. Naquela época, o garoto revoltado e de difícil trato, que em Cisneiros cuidava de marrecos, arava a terra e colhia ovos de anu para fazer omelete, morava com um dos 12 irmãos na mineira Juiz de Fora. Nessa cidade, trabalhava como pedreiro e levava uma vida desregrada. Dormia muitas noites na calçada e era viciado em drogas – ele se limita a dizer que consumia “álcool e substâncias sintéticas em forma de comprimidos”. Até que um pastor lhe estendeu a mão e Santiago passou a pregar. Foi obreiro, pastor, bispo e membro da cúpula da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). Nos templos de Edir Macedo, atuou por 18 anos e se desligou em 1997, depois de um suposto desentendimento com o líder evangélico. Já havia, porém, decorado a cartilha de seu mentor. Pesquisador da área da sociologia da religião, Ricardo Mariano afirma que as crenças e práticas mágico-religiosas da Mundial são uma cópia da Universal. Tanto que até o nome da igreja de Santiago, Igreja Mundial do Poder de Deus, é uma evidente inspiração na primeira casa: Igreja Universal de Reino de Deus. Perspicaz, o religioso caipira foi beber da fonte que já havia sido aprovada pelo público. Tanto que, além de convidar parte da cúpula da IURD, atraiu também dezenas de pastores, prática que adotou até um ano atrás, quando membros da Mundial começaram a temer que houvesse “universais” infiltrados em suas fileiras.
No altar da igreja que fundou em 1998 Valdemiro passou a receber portadores do vírus da Aids, doentes de câncer e até cadeirantes desenganados pela medicina. As pessoas em cadeira de roda são, até hoje, um dos campeões de audiência. É comum encontrar no templo fiéis carregando para o alto cadeiras de roda, num gesto explícito de libertação. Em um programa no início de janeiro, o apóstolo protagonizou, via tevê, uma situação do tipo. Ao seu lado, caminhando, um ex-paralítico afirmava ter permanecido imóvel por 15 anos. A reportagem de ISTOÉ tentou contato com esse homem, mas membros da cúpula da Mundial disseram ser impossível localizá-lo, pois as fichas de identificação ainda não estão informatizadas e há muitos casos como o dele.
O pastor mineiro usa como nenhuma outra liderança pentecostal os depoimentos de enfermos e a evocação da cura divina. Juntos, eles provocam uma catarse espiritual. Os fiéis da IMPD fazem fila para testemunhar, no altar ao lado do apóstolo e com exames médicos em punho, que a medicina já os havia desenganado, mas que a intervenção milagrosa os salvou. “Na Igreja Mundial, o toque no corpo de Santiago é muito valorizado”, diz o sociólogo da religião Flávio Pierucci, da Universidade de São Paulo (USP). Aos 61 anos, a católica catarinense Aledir Lachewtz, 61 anos, levou fotos e roupas de sua tia octogenária que sofria com um edema pulmonar para serem abençoadas em um culto na IMPD. “Os médicos diziam que não tinha mais jeito”, conta Aledir. “Mas, depois das bênçãos, novos exames não apontaram mais nada. O apóstolo tem muito poder de cura.” Essa espécie de pronto-socorro espiritual, como define o teólogo Edin Abumansur, da PUC-SP, floresce de modo particular na Mundial. Enquanto Santiago prega, dezenas de placas com os dizeres “Aqui tem milagre” são levantadas por obreiros para auxiliá-lo. Selecionado previamente e de posse de exames médicos que revelariam primeiro a enfermidade e, em seguida, o desaparecimento dela – chamado na IMPD de “o antes e o depois” –, o fiel é alçado ao microfone ao lado do pastor. E é nessa hora que o líder da Igreja Mundial vira astro.
Santiago: “Meu trabalho é o altar; meu negócio é multiplicar as almas”
Do alto de seu 1,90 e 103 quilos (chegou a ter 153, mas emagreceu após uma cirurgia bariátrica, há oito anos), o apóstolo grampeia o rosto da pessoa contra o seu peito. Abraça, chora e grita, como fez com a mãe que atribuiu a cura de sua filha de 6 anos, que voltou a andar e a falar contrariando prognósticos médicos, segundo ela, à fé e às orações feitas na IMPD. “Esse Deus é poderoooso! Isso é para sacudir o barraco do cramunhão e botar pra baixo!”, berra o religioso. Ricardo Mariano, professor do programa de pós-graduação em ciências sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e um dos maiores especialistas do Brasil em movimento neopentecostal, contextualiza: “A ênfase pentecostal na cura divina já tem mais de 60 anos e foi uma das principais responsáveis pelo crescimento desse movimento religioso na América Latina e na África. Desde então, constitui uma das iscas mais atraentes de potenciais adeptos aos templos.”
Além da eloquência com que evangeliza, Santiago ficou conhecido por usar chapéus típicos de quem se criou no meio do mato. Assim também é visto em seus finais de semana, que acontecem, como ele diz, às quartas-feiras. Nesses dias, ele se tranca em um sítio, em Santa Isabel, a 50 quilômetros de São Paulo. Lá, desfruta de um pesqueiro, da piscina e do campo de futebol, onde organiza e disputa campeonatos entre times formados por membros de seu ministério. “Mas o que gosto mesmo é de sentar na beira do rio, com minha varinha de pescar”, diz. “Sou um sujeito de pouca educação. É uma coisa de chucro, de caipira”, completa ele, uma espécie de Tim Maia do altar, que passa boa parte do culto distribuindo broncas em obreiros, cinegrafistas e músicos que o acompanham. “Ô, oreiúdo (orelhudo), abre passagem para a mulher chegar até aqui”, disse o chefe da IMPD a um pastor, no culto do domingo 9, provocando gargalhadas nos súditos.
Nem mesmo a esposa, a bispa Franciléia, com quem vive há 26 anos, e as duas filhas do casal, Rachel, 25, e Juliana, 23, que também trabalham em prol do ministério, escapam de seus pitos. O apóstolo também é conhecido por ser incansável na rotina de sua Mundial. Há dias em que nem volta para casa. “Tenho um quarto na igreja”, conta Santiago, referindo-se ao templo do Brás. “Em casa, tenho dormido três, quatro vezes no mês”, completa ele, que diz desfrutar, por noite, de apenas quatro horas de sono. Membro da IMPD, Fernando Trizi reforça o fato. “Antigamente, muitos fiéis dormiam aqui na igreja. E, algumas vezes, o apóstolo acordava de madrugada, descia do quarto e, de pijama, orava com eles.” Ao valorizar a ingenuidade e a simplicidade, o religioso prosperou. “O que chama mais a atenção é a emergência de uma autoridade religiosa pentecostal de expressão nacional negra, tal como o restante da cúpula da igreja”, diz Mariano, autor de “Neopentecostais: Sociologia do Novo Pentecostalismo no Brasil” (Edições Loyola, 1999). Ao contrário de outras neopentecostais de peso, como a Renascer e a Universal, que ficaram mais requintadas em relação ao público que as frequenta, prometendo prosperidade àqueles que também desejam ascensão material, a Mundial tem acolhido a classe menos favorecida, um aglomerado de gente humilde que não se identifica mais com as outras denominações.
Na IMPD, porém, essas pessoas enxergam em seu líder uma figura que, mesmo de terno e gravata e sob os holofotes, fala a língua delas. Foi por meio dessa habilidade inata que muitas personalidades deixaram para trás o passado sofrido e se tornaram notórias. “O Valdemiro é como o Silvio Santos ou o Lula. O camelô que deu certo, mas nunca deixou de ser camelô. O metalúrgico que virou presidente da República, mas não deixou de ser metalúrgico”, compara Bitun. O astro evangélico promete milagres como se contasse um causo. Apelo irresistível aos corações aflitos.

Cuidado com os elogios excessivos!


O elogio é um poderoso motivador; e não só para as crianças. O X da questão é a forma utilizada - elogiar o esforço durante o processo é melhor do que elogiar a beleza ou a inteligência por si só, diz psicopedagoga (Banco de Imagens / sxc.hu)
O elogio é um poderoso motivador; e não só para as crianças. O X da questão é a forma utilizada - elogiar o esforço durante o processo é melhor do que elogiar a beleza ou a inteligência por si só, diz psicopedagoga
Brummelman pondera que muitos estudos já analisaram os efeitos desse “louvor” sobre as crianças, mas a pesquisa é uma novidade porque demonstrou os efeitos de forma empírica, ou seja, com dados de experiências reais. Segundo as estatísticas, os adultos tiveram a tendência de elogiar duas vezes mais as crianças com baixa autoestima (saiba mais sobre as experiências logo abaixo).

Outra conclusão trazida pelos pesquisadores é a de que, principalmente para os pequenos com baixa autoestima, é mais importante elogiar ações; e não sua personalidade. Assim, dizer: “olha, que coisa inteligente você fez aqui” seria muito melhor do que dizer “como você é inteligente!”. Os psicólogos integrantes do grupo de pesquisa apontam ainda uma terceira dica para os pais aflitos com essas descobertas: repetir mantras como “eu vou conseguir” faz a criança se sentir pior. 

Embora os apressados possam querer fazer parecer diferente, o estudo não diz que os pais e professores devem parar de elogiar. Ele só salienta que isso deve ser feito dentro de um contexto adequado; e nunca de forma exagerada. A psicanalista e psicopedagoga mineira Cristina Silveira corrobora as principais conclusões dessa pesquisa, e acrescenta alguns pontos à reflexão. Além de criar uma pressão por vezes insuportável sobre as crianças menos confiante, alguns tipos de elogios podem também favorecer o desenvolvimento de adultos insensíveis, com dificuldade de respeitar o outro. 

Além de criar uma pressão por vezes insuportável sobre as crianças menos confiante, alguns tipos de elogios podem também favorecer o desenvolvimento de adultos insensíveis (Banco de Imagens / sxc.hu)
Além de criar uma pressão por vezes insuportável sobre as crianças menos confiante, alguns tipos de elogios podem também favorecer o desenvolvimento de adultos insensíveis
Cristina recebe casos de crianças superdotadas, por exemplo, que não correspondem ao desempenho esperado pelos pais na escola. "Isso acontece principalmente porque os pais, assim que descobrem essa característica, caem na tentação de elogiar e espalhar para todos os amigos e conhecidos que o filho é um gênio. E o 'gênio', que mesmo com Q.I. altíssimo também tem suas dificuldades, acaba ficando muito pressionado”, explica Cristina. A criança pode até simular doenças e dores físicas para não fazer uma prova ou não participar de uma competição.

O elogio exagerado à inteligência, por exemplo, pode fazer também com que o pequeno desenvolva indiferença ou insensibilidade, adotando uma postura de 'dono da verdade'. Ou seja, pode haver problemas também com o excesso de autoconfiança. “Esse outro tipo de gêniozinho passa a desrespeitar o professor e os colegas. Não sabe seus limites”, aponta a psicanalista. 

O elogio desmedido pode causar até mesmo patologias – ansiedade, depressão, pânico. “Por medo de não se sair tão bem quanto esperado, a criança opta por não fazer a tarefa. Quando a família entende a questão dos elogios de forma equivocada, ele pode ser muito prejudicial”, descreve Cristina. 

Elogiar é errado?
Não. Mas é preciso usar da forma correta. Quando uma criança recebe elogios pela sua inteligência ou beleza, ela pode concluir que deve ser inteligente e linda sempre. Acontece que a vida é cheia de frustrações, que produzem as experiências que nos levam ao amadurecimento. “Uma criança que nunca enfrenta uma frustração tem o desenvolvimento de seu caráter prejudicado. Ela pode ficar muito insegura ou extremamente insensível”, frisa Cristina.

No caso dos elogios pela beleza – 'olha que lindo', 'parece uma bonequinha' – a repetição e exagero podem levar a uma busca por um padrão inalcançável, motivando cirurgias plásticas ainda na adolescência, ou mesmo favorecendo o desenvolvimento de anorexia e bulimia. “Para alcançar um padrão de beleza que alguém viu nela um dia, a menina pede um vale-silicone de presente de aniversário aos 15 anos, por exemplo”, conta Cristina.

Por outro lado, o elogio é um poderoso motivador; e não só para as crianças. O X da questão é a forma utilizada. “Se você diz que o adolescente é muito inteligente e vai tirar de letra o vestibular de medicina, a pressão pode ficar insuportável. Mas, se você diz que admira o esforço que ele está fazendo e que, mesmo se o resultado não for o ideal, ele vai entender que pode sempre melhorar”, esclarece a psicopedagoga. Isso vale também para os professores. “Quando o elogio vem durante o processo, a criança aprende que o bom resultado é consequência do esforço. Por outro lado, se elogiamos apenas a inteligência, a criança não vai querer demonstrar nenhuma fraqueza que contradiga esse elogio. Daí surgem as desculpas para não fazer uma prova, por exemplo”, exemplifica a especialista.
A menina inglesa Poppy, de 7 anos, ganhou no último Natal um voucher de R$17 mil para uma futura lipoaspiração. Não é a primeira vez que a mãe da menina, Sarah Burge, de 51 anos, oferece um presente do tipo. Conhecida como 'Barbie Humana', por ter feito dezenas de cirurgias plásticas, Sarah já havia dado à filha um vale-silicone de R$ 14,5 mil. 'Ela pedia a cirurgia a toda hora, porque quer ficar bonita. Eu vejo como um investimento para o futuro, ou seja, é como guardar dinheiro para a educação', afirmou Sarah aos tabloides britânicos. 'Eu mal posso esperar para ser como a mamãe, com grandes seios. Eles são lindos', completou Poppy. Sarah já declarou em entrevistas anteriores que quer transformar a filha em uma top model (Reprodução / Daily Mirror)
A menina inglesa Poppy, de 7 anos, ganhou no último Natal um voucher de R$17 mil para uma futura lipoaspiração. Não é a primeira vez que a mãe da menina, Sarah Burge, de 51 anos, oferece um presente do tipo. Conhecida como 'Barbie Humana', por ter feito dezenas de cirurgias plásticas, Sarah já havia dado à filha um vale-silicone de R$ 14,5 mil. "Ela pedia a cirurgia a toda hora, porque quer ficar bonita. Eu vejo como um investimento para o futuro, ou seja, é como guardar dinheiro para a educação", afirmou Sarah aos tabloides britânicos. "Eu mal posso esperar para ser como a mamãe, com grandes seios. Eles são lindos", completou Poppy. Sarah já declarou em entrevistas anteriores que quer transformar a filha em uma top model

Louvor inflado e autoestima
Os pesquisadores criaram uma expressão para diferenciar os tipos de elogios. 'Inflated praise', que em tradução livre é o equivalente a 'louvor inflado', é descrito no estudo como aquele elogio que inclui palavras de ênfase como 'incrível' e 'perfeito'.

Em um dos estudos avaliados, 114 pais (88% dos quais eram mães) participaram da experiência junto com os filhos. Alguns dias antes, as crianças fizeram testes específicos para determinar seu grau de autoestima. Em casa, os pais aplicaram 12 exercícios de matemática cronometrados e disseram aos filhos suas impressões sobre os resultados. A ação foi filmada, sem a presença dos pesquisadores no ambiente. Expressões como 'fantástico' caíram na categoria louvor inflado. Já a frase 'você fez isso muito bem' ficou na categoria louvor não-inflado.

A psicopedagoga Cristina Silveira reforça que uma criança com baixa autoestima geralmente vai recusar convites, vai apresentar desculpas e pode até mesmo somatizar a ansiedade - com dores de cabeça, diarreia, problemas respiratórios (Banco de Imagens / sxc.hu)
A psicopedagoga Cristina Silveira reforça que uma criança com baixa autoestima geralmente vai recusar convites, vai apresentar desculpas e pode até mesmo somatizar a ansiedade - com dores de cabeça, diarreia, problemas respiratórios
Os resultados mostraram que os pais elogiaram seus filhos cerca de 6 vezes durante a sessão; e 25% dos cumprimentos eram 'inflados'. Segundo os pesquisadores, o detalhe mais importante é que os adultos aumentaram a carga com as crianças de baixa autoestima. "Os pais parecem pensar que crianças menos confiantes precisam de uma dose extra de elogios. Por mais que seja compreensível que eles pensem assim, nosso estudo mostra que o tiro pode sair pela culatra”, diz Brad Bushman, coautor e professor de comunicação e psicologia na Ohio State. 

Em outra experiência, 240 crianças fizeram um desenho inspirado pela pintura 'Rosas Selvagens', de Van Gogh. Em seguida, uma pessoa identificada como 'pintor profissional' fez observações sobre o trabalho, variando entre 'louvor inflado', 'louvor não-inflado' e 'não-louvor'. 

Depois de receber a nota, as crianças foram convidadas a fazer outros desenhos, mas poderiam escolher qual imagem iriam copiar. Os organizadores informaram aos participantes que algumas eram mais fáceis, portanto elas poderiam errar menos. E também aprender menos. As outras opções eram mais difíceis, e elas poderiam errar mais, mas também aprender mais.

As crianças com autoestima baixa que receberam elogios inflados escolheram as mais fáceis. As crianças com autoestima elevada que receberam os mesmos elogios tiveram a tendência de buscar imagens mais difíceis de copiar. “O 'louvor inflado' coloca pressão sobre pessoas com autoestima pouco desenvolvida. Se você disser a ela que o resultado foi incrivelmente ótimo, ela pode se sentir obrigada a seguir o mesmo padrão e não topar novos desafios, para ficar em uma zona segura”, define Brummelman. O colega Bushman completa. “Embora isso contrarie o senso comum, os pais e demais adultos devem controlar seus desejos de inflar o ego da crianças que já se sentem mal sobre si mesmas”, conclui.

A psicopedagoga Cristina Silveira reforça que uma criança com baixa autoestima geralmente vai recusar muitos convites, vai apresentar desculpas e pode até mesmo somatizar a ansiedade – com dores de cabeça, diarreia, problemas respiratórios. “Ela pode também se apresentar como uma criança mais entristecida, que não acredita em seu potencial. Os pais precisam ter a sensibilidade para perceber que não é uma incapacidade cognitiva ou motora; e sim a insegurança que está barrando o desenvolvimento do filho”, define a psicanalista. Outra hipótese pode ser a presença de alguma condição específica da criança, como o déficit de atenção. “Neste caso, o cuidado deverá ser também específico e os elogios durante o processo deverão ser direcionados à capacidade de se concentrar em uma tarefa, por exemplo”, aconselha.

E a falta, faz falta?
Sim. A falta de elogios também pode ser prejudicial. Fazer o estilo 'pai severo' e exigir um boletim que tenha apenas nota 10, sem nunca reconhecer o esforço, pode levar a uma sensação de abandono emocional, que reduz a autoestima e autoconfiança. “O reconhecimento é uma forma de cuidado e uma demonstração de que aquela criança está sendo observada pela família”, argumenta a psicopedagoga.

Na experiência, 240 crianças fizeram um desenho inspirado pela pintura 'Rosas Selvagens', de Van Gogh e depois receberam diferentes elogios e comentários. Em seguida, elas foram convidadas a fazer outros desenhos, mas poderiam escolher qual imagem iriam copiar. As crianças com autoestima baixa que receberam elogios inflados escolheram as mais fáceis (Reprodução/ www.vangoghgallery.com)
Na experiência, 240 crianças fizeram um desenho inspirado pela pintura 'Rosas Selvagens', de Van Gogh e depois receberam diferentes elogios e comentários. Em seguida, elas foram convidadas a fazer outros desenhos, mas poderiam escolher qual imagem iriam copiar. As crianças com autoestima baixa que receberam elogios inflados escolheram as mais fáceis
Uma criança que raramente recebe elogios pode acreditar que é incapaz de alcançar o que os pais querem. “E pode se transformar em um adolescente ou adulto torturado pela necessidade de satisfazer a opinião dos pais, dos professores, dos colegas. Sem, no entanto, acreditar em si mesmo”, alerta a especialista. “O que acontece na vida contemporânea é que os pais não têm tempo de realmente acompanhar a criança, de visualizar o processo como um todo. Se ela está se alimentando direito, se está estudando, se está sofrendo bullying. Não basta um tempo curto, ainda que de qualidade, para se inteirar de tudo isso”, salienta a psicopedagoga. Cristina denuncia que essa situação de abandono nem sempre é percebida. “As crianças ficam entregues à escola, à babá e até aos motoristas. Cabe aos pai se perguntarem se ganhar sempre mais dinheiro e ser capaz de consumir mais coisas é tão importante. E o acolhimento do filho, onde fica?”, questiona a psicanalista.

As crianças querem, além de um elogio bem colocado, a presença e a compreensão. Ela pode ter necessidade de mudar de escola, por exemplo, devido ao seu perfil. Por que não? Há escolas de diversas linhas e propostas. Outro exemplo: ela pode não ser talhada para ser um grande jogador de futebol, mas ter outro talento, que só será percebido com a convivência. “É preciso desfazer as fantasias que os pais têm em relação aos filhos. Nós precisamos enxergar os filhos reais que temos em casa, ou seja, aqueles que têm várias potencialidades, mas talvez não aquelas que imaginamos. Essa criança pode vir a ter uma vida maravilhosa, fazer uma ação importante pelo bem da humanidade, mas acabamos por sufocá-la em prol de nossas expectativas”, defende Cristina Silveira. “Entre a postura ultrasevera de antigamente e a falta de limites que veio depois, é preciso haver um equilíbrio. Lembrando que cada criança tem seu jeito. Umas precisam de mais incentivo, outras menos”, finaliza.

Papa afasta dom Odilo Scherer de comissão que supervisiona o Banco do Vaticano

O papa Francisco substituiu por completo a comissão de cardeais encarregada de supervisionar o controvertido banco do Vaticano, o Instituto de Obras para a Religião e nomeou uma nova equipe, informou nesta quarta-feira a Santa Sé.
 (REUTERS/Nacho Doce )
A decisão foi anunciada poucos dias antes de ser divulgado um relatório com as reformas que serão aplicadas na entidade, envolvida por anos em escândalos de lavagem de dinheiro e intrigas internas.

Apenas um cardeal, o francês Jean-Louis Tauran, continuará fazendo parte da comissão, da qual foram destituídos o ex-secretário italiano Tarcisio Bertone, braço direito de Bento XVI, criticado por sua gestão da Cúria Romana, o italiano Domenico Calcagno, o brasileiro Odilo Sherer e o indiano Telesphore Toppo.

Francisco decidiu destituir a comissão antes da conclusão de seu mandato, apesar de ter sido nomeada por Bento XVI pouco antes de apresentar sua renúncia em fevereiro de 2013.

Entre os nomeados, figura o atual Secretário d Estado, o italiano Pietro Parolin, o cardeal austríaco Christoph Schönborn, um dos religiosos mais rspeitados da Europa, o canadense Thomas Christopher Collins e o espanhol Santos Abril y Castelló.
Desde que começou seu pontificado em março, o papa argentino fez de suas prioridades a reforma do banco do Vaticano, acusado também de corrupção.

13 janeiro 2014

Suprema Corte dos Estados Unidos irá julgar direito à liberdade religiosa de empresas

Uma lei recentemente aprovada nos Estados Unidos que obriga as empresas a cobrir, dentro de seu plano de saúde, medicamentos de controle de natalidade, levantou novamente as discussões sobre os direitos civis das empresas no país, sobretudo os direitos que tangem a liberdade religiosa.
Na discussão inicial, que correu na Suprema Corte norte-americana em 2010, os magistrados concluíram que as organizações tinham o direito à liberdade de expressão, entendendo que ao se referir às empresas como “pessoa” jurídica, a Constituição do país oferece a elas o mesmo direito que uma pessoa física.
Agora a discussão tem como tema central a liberdade religiosa, e se iniciou devido a duas ações movidas por empresas que não querem fornecer aos seus funcionários os medicamentos para controle de natalidade previstos na nova lei do país sobre seguro-saúde.Suprema Corte dos Estados Unidos irá julgar direito à liberdade religiosa de empresas
Uma das empresas a reivindicar direitos à liberdade religiosa foi a Hobby Lobby Stores, cujos proprietários são religiosos e não querem ser obrigados a contrariar sua fé fornecendo contraceptivos aos seus funcionários. Em paralelo, Little Sisters of the Poor, empresa que cuida de idosos, alega que a provedora de seguro-saúde contratada por eles é uma igreja e, por isso, está isenta da obrigação.
Por causa da isenção dada à sua provedora de serviços de saúde, a Little Sisters of the Poor quer ficar livre da multa que pode ser gerada contra ela.
Segundo o The Christian Post, após passar por várias instâncias o caso da Hobby Lobby foi decidido a favor da empresa e ficou decidido por seu direito à isenção religiosa. A base jurídica para a decisão foi a Lei de Restauração da Liberdade Religiosa (RFRA – Religious Freedom Restoration Act).
Porém, por ter tido seu pedido negado em primeira instância, o caso da Hobby Lobby foi parar na Suprema Corte. O juiz de primeiro grau havia negado o pedido afirmando que as empresas são separadas de seus proprietários, visto que “as corporações não rezam, não adoram a Deus e a santos, não observam os sacramentos ou os dez mandamentos”.

06 janeiro 2014

VIOLÊNCIA SEXUAL » Sucesso na internet, filme indiano revela as faces do assédio contra as mulheres

Valéria Mendes - Saúde PlenaPublicação:06/01/2014 12:09Atualização:06/01/2014 12:24
Como o homem reagiria se o olhar do assédio fosse voltado para ele? (Reprodução Dekh Le)
Como o homem reagiria se o olhar do assédio fosse voltado para ele?
Em 16 de dezembro de 2012, um estupro coletivo de uma jovem em Nova Délhi, na Índia, tomou as manchetes mundo afora pela brutalidade e crueldade do ataque. A estudante de fisioterapia, de 23 anos, morreu 13 dias depois de ser atacada por seis homens em um ônibus quando voltava do cinema com o namorado, que assistiu a tudo. Quatro dos acusados foram condenados à morte após um julgamento acelerado. Um menor de idade foi condenado à prisão (leia mais).

O crime provocou uma onda de manifestações em massa em todo o país e incitou um debate sobre a maneira como as mulheres são tratadas na Índia. Em luto, as comemorações de ano novo foram canceladas no país naquele ano. As Forças Armadas, clubes sofisticados, políticos e indianos comuns cancelaram as festas em respeito à mulher vítima do ataque brutal.

Exatamente um ano depois, o Whistling Woods International Institute, uma escola de artes localizada em Mumbai, lançou uma campanha para promover o debate sobre o assédio às mulheres na Índia. Já visto por quase 2,5 milhões de pessoas, o vídeo ‘Dekh Le’ mostra a face do assédio sexual voltada para o homem. Como esse homem reagiria se o olhar do assédio fosse voltado para ele? Assista:



A história se repete
O país viu a cena se repetir em outubro de 2013. Uma menina de 16 anos foi atacada em 26 de outubro e novamente no dia seguinte por um grupo de mais de seis homens perto da casa de sua família na cidade de Madhyagram, 25 km ao norte de Calcutá. O segundo estupro coletivo aconteceu quando ela estava voltando para casa depois de ter ido prestar queixa do primeiro ataque numa delegacia de polícia. Em 23 de dezembro, atearam fogo na adolescente e ela morreu no hospital, na noite de Ano Novo (leia mais).

Novamente, ativistas foram às ruas em Calcutá no primeiro dia de 2014 denunciar os crimes e as brutalidades cometidas contra as mulheres indianas.

No Brasil
Por aqui, os estupros também são um problema de segurança grave. Na última edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que contém dados sobre todas os boletins de ocorrência registrados em 2012, o número desses crimes no país superou os de homicídios dolosos (aqueles em que não há a intenção de matar). No ano, foram registrados 50.617 casos de estupro, o que equivale a 26,1 estupros por grupo de 100 mil habitantes. A marca representa um aumento de 18,17% em relação a 2011, quando a taxa foi de 22,1 por grupo de 100 mil.

Leia também: Empresa cria cinto de castidade moderno e levanta polêmica sobre formas de prevenir o estupro

No ano passado, o blog thinkolga.com lançou a campanha ‘Chega de Fiu Fiu’ para levantar a discussão sobre assédio nas ruas. Na época, o Saúde Plena, ouviu especialistas da sociologia, da ciência política e do direito - além dos homens, é claro - sobre a situação enfrentada por mulheres no mundo inteiro, todos os dias, com menor ou maior gravidade.

No México, evangélicos expulsos de suas casas por católicos comemoram acordo de paz e retorno ao lar


No México, evangélicos expulsos de suas casas por católicos comemoram acordo de paz e retorno ao lar
O México vive uma fase de segregação religiosa, em que evangélicos que se negam a aderir ao catolicismo em algumas regiões do país, acabam perseguidos e até expulsos de sua terra natal.
No último dia 26 de dezembro, um grupo de 167 evangélicos que formam 31 famílias comemoraram um acordo com os católicos do vilarejo de Pushila, na cidade de Altamirano, e puderam passar o réveillon em suas casas.
O grupo havia sido expulso há dois anos da região, que fica na província de Chiapas, por sua crença protestante. A maioria dos evangélicos no interior do México é de origem indígena, o que aumenta o preconceito.
O acordo entre as partes foi firmado após intervenção das autoridades, que intermediaram o diálogo que permitiu o retorno dos 167 evangélicos a suas casas.
Num comunicado à imprensa, o secretário-geral da província de Chiapas, Eduardo Ramirez Aguilar, afirmou que a ideia é promover a tolerância entre os dois grupos religiosos, e que o governo está atento para promover o diálogo em tempo hábil, impedindo que os conflitos cheguem ao ponto de as minorias religiosas serem expulsas de suas casas.

PT se aproxima de evangélicos

Em ano de eleições, PT se aproxima de evangélicos e desagrada lideranças dos ativistas gays
Em ano de eleições, partido algum quer ter o movimento evangélico como inimigo, afinal, o grupo representa 22% da população brasileira. Dessa forma, a aproximação do PT com as lideranças evangélicas tem desagradado os representantes do movimento homossexual.
A força de lideranças evangélicas junto aos fiéis, e a presença destes em emissoras de rádio e TV teria despertado a cobiça do PT, que se esforça para manter Dilma Rousseff à frente do Palácio do Planalto. Para conseguir apoio dos evangélicos, o partido estaria aceitando adiar votação de projetos de lei no Congresso que favorecem os homossexuais.Luiz Henrique Coletto, vice-presidente da Liga Humanista Secular, resume os protestos dos ativistas gays contra o PT: “Há um apagão deste governo em relação à população LGBT”.
Uma das principais queixas do movimento é a suspensão do programa apelidado de “kit gay”, desenvolvido pelo Ministério da Educação durante o período em que Fernando Haddad, atual prefeito de São Paulo, era titular da pasta. “Os evangélicos pressionaram e a propaganda, focada no segmento mais vulnerável à AIDS, não foi veiculada”, reclama Oswaldo Braga.